SIDA mata todos os anos 13 mil angolanos

ANGOLA. Pelo menos 13.000 pessoas morrem anualmente em Angola vítima do VIH/Sida e as autoridades estimam que 310.000 pessoas vivam com a doença no país, entre elas 27.000 crianças, 190.000 mulheres e 21.000 grávidas, anunciou hoje fonte oficial.

O quadro do VIH/Sida em Angola foi apresentado hoje pelo Instituto Nacional de Luta contra Sida (INLS) aos deputados da 6ª Comissão da Assembleia Nacional que versa sobre a Saúde, Educação, Ensino Superior, Ciências e Tecnologia.

Segundo o director geral adjunto do INLS, José Carlos Van-Dúnem, a taxa de sero-prevalência em Angola é de 2%, mas as províncias fronteiriças continuam a registar altas taxas da doença, nomeadamente Cunene com 6,1%, Cuando-Cubango 5,5%, Moxico 4% e Lunda Sul com 3,9%.

“Essas taxas a nível das províncias são sinais de alerta para que nós não descansemos e façamos uma luta intensa contra a doença”, disse.

Cerca de 27.000 novas infecções foram registadas pelo Instituto Nacional de Luta contra Sida e desse número 5.500 são crianças.

De acordo com José Carlos Van-Dúnem, o instituto controla 77.559 pessoas seropositivas em tratamento anti-retroviral. No adultos, só 27% dos infectados fazem o tratamento, e nas crianças, apenas 14% são abrangidas.

Em relação às 21.000 mulheres grávidas seropositivas, apenas 34% fazem o tratamento anti-retroviral.

O responsável manifestou-se também preocupado com a elevada taxa de transmissão vertical da doença, de mãe para o filho, que atingiu já 26% afirmando que é a “maior da SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral – e uma das maiores do mundo”.

“Esta estatística que tem a ver com as crianças é uma preocupação muito grande, uma vez que sabemos que a população angolana é, maioritariamente, jovem e, se não nos precavermos em relação a isso, estamos sujeitos a perder o país”, alertou.

No domínio do orçamento para fazer face a epidemia no país, fez saber que o instituto só recebeu um terço das verbas pedidas.

José Carlos Van-Dúnem sublinhou que os anti-retrovirais e testes rápidos apenas são adquiridos com a verba do Orçamento Geral do Estado e que cerca de 40% das necessidades da instituição são cobertas pelo Fundo Global.

De Julho de 2018 até agora o Fundo Global disponibilizou para o INLS o valor de 2,4 milhões de dólares, para Julho de 2019 e Junho de 2020 deve disponibilizar 4,2 milhões de dólares e para o terceiro ano o montante de 4,6 milhões de dólares.

Lusa

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